Fiz uma pergunta num dos últimos posts que creio não ter respondido satisfatoriamente: "E se estivermos sendo ensinados a crer em questões irrelevantes como sendo essenciais?"
Ninguém que já tenha freqüentado a "igreja" evangélica atual pode dizer que o dízimo não ocupa um lugar dentro da vida eclesiástica que se possa chamar de outra palavra que não essencial. Podem bater o pé e reclamar e dar muitas voltas no tema, mas A VERDADE nua e crua é que "dizimar" e ofertar são duas pedras de toque dentro das doutrinas e dogmas ensinados nas "igrejas" para tornar um neófito (um novo convertido)num cristão "maduro" e "fiel".
"Dogmas" dentro da "igreja evangélica"? Mas o que é um dogma de fé? Dogma é uma crença, um ponto de vista imposto por alguém ou uma instituição que não admite contestação, pois foi elevado ao nível de verdade revelada. Um dogma se fecha sobre si mesmo e encerra qualquer discussão. Ponto final.C'est fini. Aqueles que querem ser parte de determinada comunidade que advoga uma crença dogmática terão de aceitar o pacote todo e não recusar os bombons que porventura sejam amargosos ou de sabor exótico demais sob pena de ser excluído ou isolado dos demais membros.O dogma deve estar descrito em algum código de conduta ou diretriz comunal para que seja devidamente fundamentado.
Dentro do meio evangélico, porém, não se costuma usar tal palavra, pois ela ficou conhecida e passou a caracterizar algumas posições que a Igreja Católica Romana adotou historicamente para acabar com divergencias dentro da instituição e estabelecer alguns ensinos que os distinguissem dos "hereges". Assim, o Estado do Vaticano e seu presidente (pois se trata de um chefe de Estado), pronunciando-se de sua cadeira "apostólica", emitiu ao longo dos tempos vários Dogmas de Fé que delimitam EM QUÊ na verdade, a Igreja Romana crê. Muitos dos dogmas adotados pelo catolicismo romano claramente não possuem respaldo bíblico. O dogma da Assunção de Maria, por exemplo, declarado em 1950, é apoiado somente por textos apócrifos e relatos tardios ligados a tal Tradição Apostólica. Coisa igual acontece com o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Concorde você ou não com eles, sendo um católico romano, terá que se submeter a eles e aceita-los como dignos de sua fé. Como me disse o sr. Angueth em seu blog: "Todo católico aceita todos os dogmas da Igreja, ou não é católico. Só há salvação na Igreja Católica é um dos muitos dogmas que aceitamos alegremente, agradecidamente, humildemente, de todo o coração. Como o é também o da infalibilidade papal". Então, o entendimento que temos da palavra "dogma" está ligado à decisões extrabíblicas de dirigentes das instituições romanas. É nesse sentido que quero usar a palavra aqui. Será que temos entre o povo que declara "seguir unicamente a Bíblia como única regra de fé e prática" algum ensino empurrado goela abaixo do rebanho como "revelação" da vontade de DEUS, mas que, se investigado a fundo, revela-se uma sagaz artimanha humana para se perpetuar como "interlocutor da voz de DEUS", como as descritas acima? Será que possuímos algo como uma "vaca sagrada" intocável em nosso arraial?